sábado, 5 de junho de 2010

Para quem virá

Eu me permiti imaginar o momento da tua chegada. Aquele dia posto entre o sublime e o mais terrível tempo. E de tanto imaginar, já até consegui ouvir teu riso alto.
Na minha casa, e nas paredes dela, estaria escrita a minha vida para que já pudesse saber de mim desde antes. Na minha cama estaria deitado o meu abraço e o mergulho fundo de mim mesma. Minhas mãos escolheriam uma parte do teu corpo para morar e eu já posso até sentir o cheiro dos teus cabelos e ver a cor da tua pele, morna.
Já ouço nossas conversas na madrugada e nossos olhos úmidos e eufóricos, sempre a procura um do outro e já sinto nossos braços nervosos entrelaçados, muito depois da escuridão do quarto. Vejo aquela manhã seguinte, em que um segundo antes de acordar duvidaríamos da vida ter mesmo se tornado sonho. Eu vislumbro teu sorriso pousado na alma ao prever todas as manhãs que viriam.
Vejo aquela alegria simples e cômoda que tem cheiro de bolo feito na hora e café preto. E vejo a vida que ganha finalmente o sentido que sempre pensamos que devesse existir. Vejo a sensação de pertencer inteira e de ser aquela que tem o outro resgatado de todo o resto do mundo. E só por ver essas coisas, aqui dentro e em nenhum outro lugar, sei que assim será, pelo tempo que tiver que ser.

2 comentários:

JLM disse...

olá, deise. obrigado pela partipação lá no duelo. espero q continue nos visitando e dando-nos a honra em ser nossa leitora.

percebi q os posts no seu blog são bem intimistas, quase confessionais. mas vc já pensou em escrever alguma ficção?

1 abraço.

Anônimo disse...

na correria e com confiança de conseguir meu lugar ao sol em breve.Cada vez mais o tempo parece correr contra o relogio. Adorei o texto. bjus D.C