domingo, 11 de julho de 2010

Contando estrelas

Encosto o rosto bem perto da janela e arregalo os olhos para imergir na noite. É quando a escuridão chega que o sol nasce em mim. Aprecio o céu estrelado, o cheiro que vem da penumbra e da brisa noturna.
Quando era mais nova, inclusive, sonhava com uma cama que fosse como um observatório, coberto de vidro. Imaginava um lugar onde pudesse dormir um pouco fora do quarto e muito dentro do nada. Porque, o que eu verdadeiramente queria, era passar a noite contando estrelas, imaginar sentidos para as nuvens, refletir sobre os meus problemas de menina e principalmente, entender o significado de sentimentos guardados no peito.
Ainda me recordo de quando olhava o céu enquanto andava de carro. Eu ficava me questionando sobre o porquê de estar no mundo. Eu acho que tinha uns oito anos e ninguém sabia de meus pensamentos.
Hoje eu falo demais, e a maioria das pessoas acha que conhece meus devaneios. Só o que elas não sabem é que nem sempre falo tudo o que sinto. Em muitos momentos, sou um mistério para mim mesma. E gosto quando estou descobrindo algo mais sobre o que e quem sou.
Quando a escuridão toma conta e sinto a brisa, sei que ela realmente me conhece. E eu nem preciso dizer nada.