terça-feira, 24 de junho de 2008

Ter um amigo é não estar sozinho

O verdadeiro significado da amizade não está em ir a festas com determinadas pessoas, nem na cerveja compartilhada depois do trabalho, nas gargalhas durante aquela conversa animada, muito menos naquela turma do trabalho que adora comer pizza para confraternizar. Essas são até pessoas legais, e só isso.

A amizade de verdade transcende o mundo material. Está em gestos despretensiosos, que não pedem nada em troca. Não há inveja, egoísmo ou falsidade, o puro sentimento de desejar que o outro seja feliz é o que rege as atitudes do amigo verdadeiro.

Estender a mão em um momento de aperto sem se vangloriar disso, saber ouvir quando o desejo do outro é apenas esse e poder enxergar nos olhos dessa pessoa a cumplicidade e a total compreensão. É saber respeitar o momento que o outro deseja ficar sozinho e ser sincero sem medo de que haja rancor sempre que seja necessário. Não é concordar com tudo o que o outro diga, mas se mostrar presente em todas as circunstâncias.

Ter um amigo é não estar sozinho em nenhum momento. Eu tive mais uma vez essa confirmação há poucos dias e escrevo esse texto, com lágrimas nos olhos e ao som de “The sound of silence de Simon and Garfunkel’s” para mostrar aqui que quando se tem um amigo, a vida fica menos difícil de ser vivida.

Minha dívida de gratidão e amizade é eterna aos dois caras de quem sempre gostei, e que passei a admirar ainda mais pelo desprendimento e humildade. Um deles carrega no rosto a simplicidade e leveza da vida e o outro, na sua imensa altura, uma aura de bondade que pouco se vê hoje em dia. A eles, toda minha gratidão, afeto, respeito e amor.

Estendo essas palavras também àquele que faz de cada momento da minha vida um raiar de sol em um dia frio de inverno. A ele, o mais sincero e puro eu te amo.

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Contrastes

O dia hoje amanheceu frio e cinzento. Um forte resfriado tomou conta de mim e senti apenas vontade de ficar na cama quentinha. Não pude, claro. O trabalho me esperava.
Me arrumei, coloquei a bota de cano longo por cima da calça, uma jaqueta bacana, me olhei várias vezes no espelho e sai para enfrentar o inverno que chegou antes da hora.

No ponto de ônibus comecei a observar as mulheres que estavam por ali. Todas muito bem vestidas, com sapatos da moda, brincos enormes, bolsas lindíssimas. Logo minha mente foi tomada por outros pensamentos e a visão das belas mulheres se esvaiu.

O meu ônibus chegou. O passe já estava no bolso. Algumas pessoas passaram na minha frente, provavelmente na tentativa de conseguir um lugar para sentar. Não dei importância. Logo que consegui passar pela catraca, aquilo que havia pensado sobre as belas mulheres me voltou a mente, mas de uma outra maneira.

Na minha frente um menino que aparentava ter 10 anos com os pés descalços. Os bracinhos estavam agarrados na cintura grande da senhora que o acompanhava. Ela com um aspecto sofrido e com uma roupa já surrada pelo tempo segurava com forte para não cair. Nos pés usava apenas um chinelo de dedo.

O garotinho deve ter percebido que eu o olhava, e por alguns segundos nos encaramos. Senti pena, não dele, mas de mim. Pena por em alguns momentos dar valor a coisas tão sem sentido como um belo par de botas ou uma roupa da moda. Pena por reclamar da vida, sabendo que há pessoas em situações mais difíceis do que a minha. Pena por ter sentido preguiça de levantar naquela manhã. Senti pena por eu estar tão bem aquecida e ele ali, com os pés no chão frio e com aquela roupa tão fina.

Quando eu saltei do ônibus ele ainda estava lá, com seus olhinhos arregalados, seu corpo magro, seu cabelo raspado e sua inocência. Claro que não foi só naquele momento que eu percebi a quantidade de problemas sociais que há no mundo. Ouço isso todos os dias na TV, leio no jornais. Mas olhar aquele garoto me mostrou que preciso fazer algo. Talvez e muito provavelmente eu não mudarei muita coisa, mas poderei modificar algo, por menos que seja, já me sentirei útil e poderei sentir menos pena de mim mesma.

Agora, sempre que me arrumo para sair ou sento para tomar o café da manhã, lembro dele me olhando. Se ele soubesse o quanto mudou algumas coisas na minha mente!


OBS.: Preciso aproveitar esse post para pedir desculpas pela minha ausência nas últimas semanas. Estava numa correria sem fim. Mas agora voltei e pretendo estar mais por aqui!
Uma outra coisa, meu orkut foi invadido e não consigo mais acessar pois os invasores modificaram a senha. Portanto, se receberem algo daquele perfil, não respondam e nem cliquem em nenhum link. Peço para que denunciem o perfil para que os moderadores do orkut possam excluí-lo.

Beijo grande aos meus bons, queridos e sinceros amigos. Um especial para o homem que além de meu namorado é meu parceiro, meu amigo e meu confidente.